CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Gestão do Bradesco/ Roger Agnelli na Vale, por Instituto de Estudos Contemporâneos

O Bradesco participou do processo de privatização, como avaliador, da Companhia Vale do Rio Doce, e pela lei das privatizações não poderia participar do leilão de sua venda.

Naquele trabalho de avaliador oficial valorou simbolicamente os direitos de pesquisa e extração das reservas de minério que a empresa detinha, estimadas em mais de 400 anos de extração, e pouco tempo depois do leilão - de uma forma a enganar as normas daquele processo – o Bradesco, associado ao capital também paulista da Camargo Correa e da Votorantim, comprou a agora “moderna e eficiente” Vale, colocando um executivo do banco na frente da empresa: Roger Agnelli.

Começou, então, a época dos lucros astronômicos e a empresa avaliada pelo Bradesco em 3 bilhões de reais gerou, só em 2010, um lucro de 30 bilhões, lucros este e os anteriores, obtidos pela compra das demais mineradoras mineiras para exercício de um quase monopólio, tarefa ilegalmente facilitada pelo anterior domínio da logística de transporte ferroviário em nosso Estado.

E os imensos lucros obtidos, foram acrescidos pelo pagamento incorreto da Compensação Financeira de Exploração Mineral (Cefem), tendo hoje a Vale uma dívida avaliada em R$ 4,5 bilhões de reais, mantida através do uso de artifícios legais, não justos nem justificáveis, para quem se gaba de tão excelentes resultados, ou para quem trata com tanta rigidez seus devedores como o Bradesco.

Desses 4,5 bilhões que a Vale deve, 12% correspondem à União (em torno de 500 milhões de reais); 23 % aos estados mineradores, em especial Minas e Pará (algo em torno de 1bilhão de reais) e 65 % aos municípios onde ocorrem as explorações (a bagatela de uns 3 bilhões de reais). É bom lembrar que aquele altíssimo valor da dívida se refere ao pagamento dos ridículos royalties (Cefem) de 2% do minério explorado – correspondem na verdade a 1,2% do valor bruto - taxa que a empresa tenta nos confundir como se imposto fosse.

Para dominar a logística ferroviária e dar preferência ao transporte de seu minério, em detrimento de nosso aço, a Vale, mesmo já tendo recebido na sua aquisição subavaliada a Ferrovia Vitória-Minas, adquiriu - também contra as regras da privatização - as ferrovias MRS e FCA, que cruzam nosso estado e suas minas, levando para os portos do Rio e Vitória sua carga preferencial, o minério, de onde, com isenção de ICMS em Minas, os exporta para abastecer o mercado siderúrgico asiático, que depois nos retorna à la tribos aculturadas, radinhos de pilha, bugigangas tipo piorras e lanternas, ou nos manda aço a competir incentivados com a onerada produção nacional, aí sim, de impostos.

Num modelo perverso com os estados mineradores, na única vez que investe numa siderúrgica no Brasil, associada à Thyssen, a Vale dos paulistas Bradesco, Camargo Correa e Votorantim, com minério retirado de Minas, vai fabricar aço no Rio.
Uma das minas de extração da Vale.
Barragem de rejeitos da vale em Mariana-MG (Brasil)


A empresa Vale, querida do mercado e da imprensa, deixa nos estados minerados buracos e estradas destruídas, rios poluídos e assoreados e em Minas, não bastasse o rombo no ridiculamente baixo Cefem, leva a custo zero, transpondo bacias e divisas estaduais, água para transportar seu minério através de minerodutos (1.000 litros de água para cada 60 quilos de minério), enquanto uma usina hidroelétrica da Cemig paga 6.75% de Cefem pela água usada para gerar energia, água esta integralmente devolvida à natureza no seu próprio local de uso. Em seu portal, aquela empresa diz captar por ano 16,5 milhões de m³ de água na região de suas minas em nosso Estado. Lembrando mais uma vez, a custo zero!
Rio após Mina do Fazendão em Santa Bárbara-MG (Brasil)



Para recompensar sua destruição em Minas, na nossa sofrida região da Serra do Espinhaço, a empresa do Bradesco faz ações de preservação em fazendas do Espírito Santo, e em seu portal se vangloria de fazer replantio de Mata Atlântica em mais de 1.000 propriedades rurais daquele Estado, onde também mantém reservas florestais em terras adquiridas a baixíssimos custos, pois já definidas pela topografia como impedidas à atividade econômica. Não é preciso tanto MBA para traçar estas práticas, no mínimo desonestas, com os municípios onde atua a Vale em Minas, minerando e captando água.
- Reserva ambiental da Vale no Espírito Santo


Direciona também para o Rio e São Paulo a imensamente maioria de seus incentivos culturais. Afinal, ali tem a visibilidade e apoio na grande imprensa nacional, principalmente quando fartamente beneficiadas de publicidade. Em seu portal a Vale informa que é em seu escritório de São Paulo que define os patrocínios que dará, patrocínios que direciona não aos projetos das destruídas zonas de sua atuação, mas - também dados de seu portal - à preservação ou manutenção no Rio de Janeiro do Cristo Redentor, do Teatro Municipal, da Orquestra Sinfônica Brasileira, do Museu da Casa do Pontal... Em Minas e no Pará pouquíssimas ações, irrisórias se comparadas às feitas nos estados já citados.
A vale cuidando do Cristo Redentor.
_ E do Teatro Municipal no Rio de Janeiro




Pobres Minas e Pará, estados onde mais atua a Vale. Pudessem ter a Petrobras a extrair petróleo teriam uma compensação pela extração oito vezes maior na alíquota, 100 vezes maior no valor arrecadado. E um passivo ambiental incalculavelmente menor.

Pague a Vale/Bradesco o que deve e aja como uma empresa responsável com o país e comunidades onde atua, em vez de - destruidora por natureza – se colocar como defensora do Meio-Ambiente, como constantemente faz na região minerada – veja-se a pérola do out-door que coloca nas estradas no entorno de suas minas, para quem diariamente retira das nossas nascentes – dados extraídos do seu portal – mais de 50.000 m³ ou 50 milhões de litros de puríssima água, 100% potável, quando não mineral, e a custo zero!


- Buscando pontos em Campanha de Responsabilidade Social


Confiando que o novo Presidente da Vale seja um homem comprometido com o lucro, mas também com o Brasil, além de honesto, portador da civilidade e educação não encontradas na gestão que se vai, esperamos estar começando um novo tempo desta empresa que vive da exploração de recursos naturais, tempo menos predador, tempo de civilidade para com os que tem o azar de os ter por perto, ou são obrigados a passar pelas estradas onde atuam.

Acorda Brasil! Acordem Minas e Pará! Acordem Congonhas do Campo, Sabará, Ouro Preto, Mariana, Conceição do Mato Dentro, Paraupebas, Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo...!

Como alerta de como temos tratado nossas riquezas, segue abaixo a atualidade de um trecho retirado do Manifesto dos Mineiros, escrito em 1945, na busca de uma liberdade responsável que nós brasileiros sempre almejamos ter:

“Num tom de conversação em família - família numerosa, porém unida e solidária -, queremos recordar aos mineiros que o patrimônio moral como o espiritual não sobrevive ao desleixo. Os bens materiais arruinam-se e se perdem quando a diligência do dono não se detém sobre eles. As conquistas espirituais também se perdem quando o homem as negligencia, por lhe parecer assegurada a sua posse”

Seguem fotos ilustrativas da nefasta gestão de um executivo do Bradesco na exploração das riquezas minerais de nosso povo.

Instituto de Estudos Contemporâneos
 

- Embarrelando estradas

- Destruindo placas de sinalização (repõe?)

- Manutenção (no barro) da BR 040 em frente a uma de suas minas
-  
_ recebido em 13/04/11, para publicação. Obs. as legendas das fotos foram incluídas pelo Blog, segundo informações do remetente que as acompanharam.
- Em tempo:

Nosso Coletivo Brasil publica, em primeira mão,  a matéria acima , cumprindo seu compromisso de não fugir ao debate nacional.

Além do que, externa mais uma vez sua preocupação com os assuntos ali abordados, notadamente com o que envolve a exploração mineral, no Estado de Minas Gerais e em todo o país, a qual, controlada por verdadeiros cartéis oligopólizados, tem sido uma das maiores vias de exploração do patrimônio brasileiro por grupos internacionais e nacionais apátridas, vinculados àqueles, de forma subalterna.

Basta ver, em relação a isso, o cerco que conseguem em torno da legislação tributária, estabelecendo e mantendo alíquotas de impostos absolutamente insignificantes sobre essa exploração, como é o caso da CEFEM*, equivalente a apenas 2% do valor do minério explorado e que corresponde, na verdade, a cerca de 1,2% do valor bruto.

Daí porque, conforme já denunciado neste Blog, por exemplo, em todo o Estado de Minas Gerais, onde se extrai ferro, ouro, níquel, lítio, água mineral etc, abundantemente, não se arrecada a esse título nem mesmo o equivalente ao que se arreacada no Espírito Santo com a sua quase insignificante exploração de petróleo (cujos royalties, exatamente por serem pagos pela Petrobrás, uma estatal, são muito maiores, agregados de taxa especial).

Há, a nosso ver, um nítido acordo entre as mineradoras vampirescas e a classe política brasileira, sobretudo dos estados onde mais atuam, no sentido de não se mexer na CEFEM ou nos tributos correlatos.
Quantos políticos de esquerda, centro ou de direita, já vimos tratando dessa questão?

Além do mais, segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a Vale deve cerca de 5 bilhões de reais por conta desse tributo (fonte: http://adamrs.wordpress.com/2011/04/01/mineradoras-reclamam-da-compensacao-financeira-cefem/)


PROMOVA ESSE DEBATE. AS FUTURAS GERAÇÕES DE BRASILEIROS TÊM DIREITO A ELE.


* Compensação Financeira pela Exploração de Recurso Mineral, taxa de royalties recolhida em cima de valores praticamente estimados do minério explorado, com destinação de 65%  o Município, 23% para o Estado e 12% para a União.

Um comentário:

  1. Conforme informação recebida, o Município de Campos/RJ arrecada, em 27 dias com o petróleo, o que todo o Estado de Minas Gerais arrecada com o minério em um ano.

    Outra informação que se tem é que a Câmara Municipal de Ouro Preto realizará Audiência Pública para debater a questão dos royalties da mineração, a qual será aos pés da Estátua de Tiradentes, na praça central de Ouro Preto, neste sábado 16/04/2011, às 14 horas.

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