CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Carta Final do Encontro Nacional das Mulheres do MAB



Texto lido durante ato de encerramento do 1º Encontro das Mulheres Atingidas por Barragens, no Parque da Cidade, em Brasília.
Brasília, 07 de abril
Nós, mulheres atingidas por barragens, trabalhadoras do campo e da cidade, representantes de 16 estados brasileiros* e de três países, Argentina, Paraguai e México, reunidas em Brasília entre os dias 04 a 07 de abril de 2011, no Encontro Nacional das Mulheres -em luta por direitos e pela construção de um projeto energético popular, com o objetivo de denunciar os impactos sociais e ambientais do atual modelo energético, discutir nossos direitos e a necessidade de construção de um novo projeto energético popular, concluímos que:
Vivemos num modelo de sociedade capitalista, imperialista e patriarcal, onde as empresas transnacionais controlam a economia, se apropriando da natureza, das tecnologias, da força de trabalho, de nossos territórios, com um único objetivo, de acumular riquezas às custas da exploração dos trabalhadores, em especial das mulheres.
Este modelo de desenvolvimento força a hegemonia de um padrão de vida, baseado no individualismo, na competição, no consumismo, onde tudo se torna mercadoria, inclusive o corpo das mulheres. Este modelo é injusto e insustentável pondo em risco a vida do planeta e dos seres humanos.
Este modelo patriarcal, baseado na opressão e na violência contra as mulheres, faz com que nós mulheres, tenhamos uma dupla jornada de trabalho, onde os empregos destinados são os de menor prestígio e remuneração, além de nos exigir um padrão de beleza baseado no consumismo e na aparência, violando nossa auto estima.
Somos atingidas por um modelo energético que viola os direitos humanos pois, a energia na atual sociedade é central para a reprodução do capital, que a utiliza como forma de acelerar a produtividade do trabalho da classe trabalhadora, com o objetivo de extrair e acumular o máximo de valor nas mãos dos grandes grupos capitalistas, onde o estado é o organizador desta forma de exploração, que planeja, financia, executa, cria as leis e dá a segurança necessária para favorecer os interesses do grande capital.
Por isso, denunciamos:
Com base nesse modelo de sociedade e no atual modelo energético, a violação dos direitos humanos das populações atingidas pela construção de barragens, afeta a vida das mulheres, onde:
  • Não há o reconhecimento do trabalho doméstico e do campo;
  • Pela perda do trabalho e da renda;
  • Pela ausência das mulheres nos espaços deliberativos;
  • Pela não qualificação das mulheres do campo para o trabalho urbano;
  • A forma autoritária e truculenta com que os funcionários das empresas tratam e discriminam as mulheres;
  • Ausência de serviços básicos que inviabilizam a mobilização e a participação das atingidas;
  • Perda dos vínculos com a comunidade;
  • Perda e quebra dos laços familiares;
  • Agravamento da violência sexual e da prostituição.
Por isso propomos:
Organizar todas as trabalhadoras (es), sobretudo, aquelas (es) que são atingidas (os) por barragens e por grandes obras de infra-estrutura;
Seguir avançando nos espaços de formação para que através do estudo possamos compreender o atual modelo energético e construir as formas de combatê-lo;
Estimular o protagonismo das mulheres, criando as condições para sua efetiva participação em todos os espaços de decisão política e do processo de organização e luta;
Construir a unidade da classe trabalhadora, a partir da articulação com as demais organizações, especialmente com as categorias e organizações de mulheres, dos eletricitários, dos petroleiros, dos trabalhadores da construção civil, com a Via Campesina, com a Assembléia Popular e com os demais povos da América Latina.
Por fim, nos comprometemos cada vez mais a fazer do Movimento dos Atingidos por Barragens, uma organização bonita, forte, com a participação das mulheres como protagonistas, dos homens, dos jovens e das crianças, fortalecendo a unidade nacional, fazendo a luta por nossos direitos e pela construção de um projeto energético popular.
Mulheres, água e energia não são mercadorias!


* Participaram do encontro 500 mulheres dos seguintes estados: RS, SC, PR, SP, MG, GO, MT, BA, ES,CE, PB, PE, TO, MA, PA e RO.

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