O ditador Kadafi, da crueldade, da tortura,
da corrupção, da selvageria, garante:
“Não vou renunciar, não deixarei o poder,
morrerei como mártir”.
Helio Fernandes
Essa revolução no mundo árabe, é uma das mais legítimas conquistas da internet. Começou na Tunísia, se expandiu, nao para mais. Derrubou Mubarak, que aconselhado pelos EUA e por países da Europa, renunciou em troca de favores, como a “moradia” em lugar seguro, e a garantia dos bens roubados, que serão devolvidos.
Comentei aqui, na época: “O povo não obteve nenhuma vitória, apenas trocaram de dono e senhor, suas condições de vida não melhoraram nem irão melhorar”. Tudo confirmado e garantido.
Esses protestos têm tudo para revoltar e incendiar outros países já em chamas. Só que no momento, o que está no centro de tudo é a Líbia de Kadafi, o ditador que acredita que é um mártir.
Kadafi não tem salvação. Se quiser morrer no Palácio ditatorial, não será contrariado. Apesar das informações incertas e dispersas, Kadafi escolheu seu próprio funeral e o local de onde sairá, mas não onde será enterrado e até mesmo se sobrará alguma coisa para ser soterrada. (É a palavra que ele merece, e não a outra, eterna e usada pelo mundo inteiro).
Kadafi é protagonista de fatos que jamais aconteceram. No Mundo Árabe ou no Ocidental. Sua crueldade é tanta, que pela primeira vez na História, embaixadores da Líbia em diversos países, renunciam aos cargos, se ASILAM em embaixadas de outros países.
Na ONU e em diversos países, os embaixadores da Líbia RENUNCIAM, pedem DEMISSÃO DE KADAFI, mas afirmam: “Continuamos representando o povo da Líbia”. E por que essas afirmações, convicções, determinações?
Kadafi contratou MERCENÁRIOS dos mais diversos lugares para assassinarem seu próprio povo, para atirarem contra a multidão, coisa que nem os militares seus “aliados” aceitaram fazer. É o caso dos dois pilotos, que recebendo ORDENS PARA ASSASSINAR O POVO, abandonaram os aviões, se asilaram em Malta, (no caminho) revelaram: “Não cumpriremos essas ordens de atirar contra o povo desarmado”.
Mas é preciso lembrar que no meio de tudo isso está o petróleo, como esteve em outras oportunidade, principalmente na segunda farsa contra o Iraque. A primeira com Bush pai, a segunda com Bush filho. Também esse fato indefensável e inesquecível: ano passado, por sugestão dos EUA e de países da Europa, Kadafi recebeu “homenagens” trágicas e dramáticas. Por causa do petróleo, muitos presidentes e primeiros-ministros da Europa se arrojaram aos pés do ditador.
Kadafi homenageado por países que se dizem democratas (uma democracia movida a petróleo) era diferente? Ora, não façam o mundo rir. Já havia completado 40 anos no Poder, e alguém só consegue ou “conquista” isso com muito apoio ou petróleo. Kadafi tinha os dois, já nem sabe se tem pelo menos o segundo.
***
PS – O fim dele está próximo, e a internet (a primeira a ser censurada na tentativa de liquidá-la ou intimidá-la na Líbia) pode estar bem perto de afastar ditaduras em outros países, o próximo deve ser o Bahrein, embora não fique por aí.
PS2 – Também não nos esqueçamos que a ONU, inútil, descrente, desatinada e insensata, no ano passado colocou a Líbia no Conselho dos Direitos Humanos. Como definir essa ONU que agora tenta se reabilitar (?) pedindo o fim de Kadafi?
- extraído do blog http://www.tribunadaimprensa.com.br/ em 23/02/11
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
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