CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

terça-feira, 19 de maio de 2009

"Basta de Moeda Mundial", por Adriano Benayon

Prezados correspondentes,

Transmito-lhes comunicação recente, enviada, por solicitação do Movimento de Solidariedade Ibero-americana - MSIA, a pesquisador russo, que manifestou desejo de manter contato com pessoas no Brasil, com visão alternativa à do FMI e do Banco Mundial, em relação às questões tratadas nas reuniões internacionais sobre a “crise” global. Logo abaixo, vem versão em português, também escrita por mim.

Abraços,

Adriano Benayon

There is no way out of the financial and economic collapse through international meetings led by the dominant powers, whose governments are completely manipulated by the financial oligarchs who have produced that collapse in the first place.

As could not be otherwise, the decisions recently taken by the G-20 are harmful for the peoples of the world. These decisions are basically the following: 1) providing the IMF with money, which will be created by the central banks and governments of a few countries at no cost for the banks or the Treasuries of these countries (other countries whose currencies do not form part of the IMF basket will have to draw their contributions from their own foreign reserves); 2) revamping the IMF power and activities to further devastate the economies already plundered by financial globalization; 3) trying to substitute a fake world currency (the old and forgotten SDRs of the IMF) for the ailing dollar, a doomed and hyper-inflated currency, and trying to keep that ghost alive, together with other doomed currencies, such as the euro and the pound.

Again, the Powers entitled to issue the currencies of the SDR basket would go on profiting from the privilege of seniorage. Most countries would go on having losses due to that privilege.

To sum up, these measures are only an attempt to salvage a system that plays havoc on the world. Countries like Russia, Argentina, Brazil and many others have no interest in taking part in such endeavors of the “international commonwealth”, something that does not exist (it is a cover for sheer imperialism).

There is no need of an international currency. Every country with a sane monetary and credit policy can have a stable currency and can trade with its own currency. That may be carried out in bilateral trade and also in multilateral trade, by means of arrangements in the spirit of the Convenio de Créditos Recíprocos, signed in 1968, in Lima, Peru, by the member countries of the then existing Latin America Free Trade Association (LAFTA OR ALALC).

That arrangement was seldom utilized, since the IMF and the British-American oligarchy are the overlords governing the decisions of most LA central banks. In that scheme the exporter of every country is paid in the national currency of its country. Balances are settled every four months and can be financed at long term by the creditor country banks. Balances can also be compensated on a multilateral basis. For instance, Country A has a positive balance with B, that is creditor of C. So C can pay A, instead of B. Settlements should not be carried out in dollars as then provided for, but instead in gold, silver or other means of payment mutually agreed by interested Parties.

Adriano Benayon
Former Diplomat and Senate Counselor for economic matters.
Doctor, University of Hamburg, Germany.
Professor, University of Brasilia.

Não há como sair do colapso econômico e financeiro por meio de reuniões internacionais conduzidas pelas potências dominantes, cujos governos são completamente manipulados pelos oligarcas financeiros, os quais, para começo de conversa, foram quem produziu o colapso.

Como não poderia ser diferente, as decisões recentemente adotadas pelo G-20 são prejudiciais aos povos do Mundo. Essas decisões são as seguintes: 1) fornecer ao FMI dinheiro a ser criado pelos bancos centrais e governos de uns poucos países sem custo para os bancos centrais nem para o Tesouro deles (os outros países, cujas moedas não façam parte da cesta do FMI terão que tirar divisas de suas reservas internacionais); 2) reconstituir o poder e as atividades do FMI a fim de devastar ainda mais as economias já saqueadas pela globalização; 3) tentar instituir uma moeda mundial artificial e mal fundamentada (os direitos especiais de saque DES), para substituir o dólar doente, uma moeda hiperinflacionada e condenada a desaparecer, e tentar manter vivo esse fantasma, junto com outras moedas condenadas, como o euro e a libra.

De novo, as potências com direito a emitir as moedas da cesta dos DES continuariam lucrando com o privilégio da senhoriagem. A maioria dos países continuaria a sofrer perdas decorrentes desse privilégio.

Resumindo, essas medidas não passam de tentativa de resgatar um sistema que destrói o Mundo. Países como a Rússia, Argentina, Brasil e muitos outros não têm interesse em participar de tais esforços da “comunidade internacional”, algo que não existe (é um disfarce do puro imperialismo).

Não há necessidade de moeda internacional alguma. Cada país que tenha política monetária e de crédito saudável pode ter moeda estável e usá-la no comércio internacional. Isso pode ser realizado no comércio bilateral e no multilateral, por meio de acordos no espírito do Convênio de Créditos Recíprocos, assinado em 1968, em Lima, Peru, por membros da então Associação Latino-Americana de Livre Comércio – ALALC. Esse convênio foi raramente utilizado, porquanto o FMI e a oligarquia anglo-americana são, quase sempre, os suseranos dos bancos centrais latino-americanos.

Nesse esquema, o exportador de cada país é pago na moeda nacional de seu país. Os saldos são acertados a cada quatro meses e podem ser financiados a longo prazo pelos bancos centrais credores. Também podem ser compensados em base multilateral. Por exemplo, o país A tendo saldo positivo com o país B, que é credor do país C, este pode pagar ao A, em vez de ao B. As liquidações não devem ser feitas em dólares como se previa no Convênio, mas, em vez disso, em ouro, prata ou outro meio de pagamento objeto de acordo entre as Partes.

- recebido para publicação em 19/05/09

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