CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

DILMA É GARANTIA PARA O POVO, por Coletivo Brasil 3000

DILMA É GARANTIA PARA O POVO

Reconstruindo o Brasil com o seu voto.





1) Um compromisso - Dilma é mais que uma candidatura. É compromisso de todos e de cada um em aprofundar o rompimento com a forma de fazer política dos governos conservadores anteriores ao Lula (tucanos neoliberais ou democratas carcomidos). Que ao longo da nossa história, por incompetência ou pura conveniência, nada fizeram para reverter este quadro de constante crise social, falta de desenvolvimento, descaso com a educação e saúde e outras tantas situações calamitosas com as quais convivíamos até a nos parecerem inevitáveis. A eleição de Dilma representa o aprofundamento de uma democracia real e efetiva em nosso país, centrada nos interesses da maioria do povo brasileiro. Os trabalhadores, maioria do povo brasileiro, nunca foram parte, como sujeitos, do discurso conservador. Pelo contrário, repetidamente, os conservadores desqualificam a competência política dos trabalhadores. Mais um blefe desmentido, na prática, pelo Governo Lula.

2) Com o povo - Dilma, com sua experiência, política e administrativa, já demonstrada durante o Governo do Presidente Lula, será a garantia de continuidade e aprimoramento do desenvolvimento econômico, político e social que estamos vivendo. Que é fruto da nova direção dada ao Estado Brasileiro, agora, de fato, voltado para a totalidade de seu povo e, não, apenas para a “elite” de sempre, predadora e insensível. Graças à preocupação com o social, que sempre orientou esse Governo cuja continuação Dilma representa, entre tantos outros aspectos favoráveis, uma parcela enorme de nosso povo foi retirada da situação de miséria quase absoluta e outra não menos significativa saiu do patamar da pobreza. Cresceu o emprego com carteira assinada, surgiu movimento cultural preocupado com os dramas e alegrias do Brasil, iniciou-se política internacional independente, solidária, rompendo com tradição conservadora de olhar o mundo, e se portarem diante dele, como devedores subalternos, em tudo, das nações do primeiro mundo.

3) O petróleo é nosso - Torna-se evidente que esta eleição envolve mais do que a escolha presidencial. Está em jogo, diante da já sabida ameaça de crise energética mundial, a questão da exploração da reserva petrolífera do pré-sal, alvo notório de interesses internacionais. A ninguém é dado desconhecer que a descoberta dessa imensa riqueza deveu-se exclusivamente ao esforço do povo brasileiro, através da nossa Petrobrás. Empresa que, caso houvesse vingado a política entreguista e de desmantelamento do Estado, patrocinada pelos conservadores (“democratas” e tucanos), não mais existiria ou não existiria para nós. Mídia brasileira e norte-americana se somam para repor no governo os mesmos que, a mando de fora, privatizaram, sem necessidade, setores, estratégicos, da nossa economia, como a telefonia, a energia elétrica, a petroquímica, a siderurgia, a mineração, portos e ferrovias etc. Enfraquecendo o Estado, reconhecidamente, o único mecanismo de que, de fato, se dispõe, não só aqui, como no mundo, para promover o desenvolvimento dos povos. Passamos ao largo da crise imobiliária e de ativos, que vem balançando o globo, quase que exclusivamente pela restante capacidade de investimento que nos sobrou da sanha privatista dos neoconservadores (Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDS)

4) Brava gente brasileira - Dilma significa a retomada do Brasil, para seu povo, processo iniciado pela bravura e compromisso do governo popular de Lula e dos partidos progressistas que o apóiam. Eleger Dilma é garantir que é passado a política conservadora que, com sua arrogância, quase quebrou o Brasil. José Serra seria uma sucessão de FHC, como Dilma, será a de Lula. Se José Serra, participante ativo, ministro do primeiro escalão, nunca fez nem esboçou a menor vontade de fazer o que promete fazer agora, por que haveria de fazer depois de eleito? O que se vê da parte de José Serra é apenas uma tentativa de passar um atestado de bobo para o povo brasileiro. Ele esconde a sua participação e responsabilidade no catastrófico governo FHC e não consegue mostrar algo positivo em seu recente Governo de São Paulo. Pelo contrário, o que se vê, em São Paulo, é a manutenção e o agravamento, sob o seu governo, de problemas crônicos e repetitivos nesse grandioso Estado da Federação (enchentes, insegurança pública, ensino público abandonado etc).

5) Olho vivo - Dilma é a garantia que o povo brasileiro, que os trabalhadores brasileiros, continuarão conduzindo a transformação do Brasil, não deixando que o país volte às mãos daqueles que tudo fizeram para que esta transformação nunca ocorresse. Um governo Dilma é a consolidação da derrota da forma conservadora de fazer política. Que não vacila em lançar mão cada vez mais até mesmo da pura e simples difamação dos candidatos progressistas. Gente que, no governo FHC, tão recheado de denúncias, nunca se mexeu no sentido da apuração e tudo fez para que ela não acontecesse. E que, agora, destorcem os fatos, pisam a verdade e vão contra a própria realidade. Felizmente, uma realidade nova, muito diferente daquela que nos legaram. Qual? Não custa e é sempre bom lembrar: a do imenso desemprego, a da economia atirada na informalidade e, por conseguinte, na insegurança de todos, a das lojas e indústrias fechadas, a da violência galopante, a dos poucos trabalhadores mantidos em seus postos de trabalho totalmente intimidados. Por isso, eleitor, é que precisamos eleger Dilma, é que seu voto é importante. Com Dilma, adiante!

ColetivoBrasil3000

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Manifesto dos Sambistas, Chorões e Foliões do Rio em Apoio à Candidata Dilma

Rio, 24 de Outubro de 2010



Nós, sambistas, músicos e foliões dos blocos de carnaval de rua do Rio, vimos a público divulgar o nosso apoio à candidatura de Dilma no 2º turno das eleições presidenciais.



Avaliamos que, nos oito últimos anos, houve avanços substanciais nas políticas públicas do país priorizando aqueles que mais precisam de um estado forte na economia, na educação, na cultura, no dia a dia de milhões de brasileiros e brasileiras que passaram a poder sonhar com um futuro melhor.



Por isso vamos votar em Dilma no próximo dia 31 de outubro, dizer um sonoro não ao atraso, a “privataria” do PSDB/ DEM, e eleger a primeira mulher presidente do Brasil. É Dilma, é 13!



É o samba, o choro e a cultura popular carioca e nacional, ajudando a mudar o país!



Nossos Bambas:


- Martinho da Vila

- Wilson Moreira

- Monarco

- Nelson Sargento

- Delcio Carvalho

- Gisa Nogueira

- Noca da Portela

- Tantinho da Mangueira

- Moacyr Luz

- Paulão Sete Cordas

- Zé da Velha

- Silvério Pontes

- Cláudio Jorge

- Wanderley Monteiro





Foliões do carnaval de Rua do Rio:



- Pedro Ernesto: Presidente do Cordão da Bola Preta

- Angela e Didu Nogueira: Clube do Samba
- Nelson Rodrigues Filho: Bloco do Barbas

- Beto Bastos: Nem Muda Nem Sai de Cima
- Dodô Brandão: Simpatia é Quase Amor
- Simone Pinho e Mauro Delgado: Barangal
- Alfredinho Melo: Bloco do Bip Bip
- PC: Banda da Bolivar
- Evelin Sussekind: Bloco de Segunda

- André Diniz: Escritor e folião de todos os Blocos

- Alipio Carmo e Guilherme Sá: Eu, Você e Sua Mãe

- Sergio Rosa: Eu Sou Eu, Jacaré é Bicho d´Água

- Cláudio Cruz: Embaixadores da Folia

- Zé Paulo: Urubuzada

- Lucio Sanfilippo: Cantor

- José Maria Braga: grupo Galo Preto

- Rodrigo Carvalho: grupo Galo Cantô

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O caluniador, figura da barbárie, por Juarez Guimarães

Juarez Guimarães 15 de outubro de 2010 às 16:00h

De todas as eleições presidenciais realizadas após a redemocratização, esta é certamente aquela que a calúnia cumpre um papel mais central na definição do voto. Ela foi utilizada em um momento decisivo por Collor contra Lula, compareceu sempre todas as vezes nas quais Lula foi candidato mas agora ela mudou de intensidade e abrangência, tornou-se multiforme e onipresente.
A calúnia foi ao centro da nossa vida democrática. A senhora ao lado no ônibus me diz que recebeu a informação que Dilma desafiou Jesus Cristo em um comício realizado na Praça da Estação, em Belo Horizonte. O motorista de táxi conta que um médico lhe assegurou que um outro médico, seu amigo, diagnosticou gonorréia em Dilma.
Um e-mail recebido traz documento do TSE impugnando a candidatura de Dilma por ter “ficha suja”. Um aluno me diz ter recebido carta em casa da Regional 1 da CNBB, contendo mensagem para não votar em Dilma por ser contra a vida. Um comerciante na papelaria me diz que “não vota em bandida”. Após divulgar o resultado da primeira pesquisa Sensus/CNT para o segundo turno, o sociólogo Ricardo Guedes, afirmou que “nessa eleição, principalmente no final do primeiro turno, temos um fenômeno sociológico de natureza cultural de desconstrução de imagem. O processo de difamação, até certo ponto, pegou.” Quem conhece alguém que não recebeu uma calúnia contra Dilma ?
Houve uma mudança nos meios: a internet permite o anonimato e a profusão da calúnia. A Igreja brasileira, sob a pressão de mais de duas décadas de Ratzinger, tornou-se mais conservadora na sua cúpula e mobiliza hoje uma mensagem de ultra-direita, como não se via desde 1964. A mídia empresarial brasileira, já se sabia, vinha trilhando o seu caminho de partidarização e difamação pública, no qual até o direito de resposta tornou-se um crime contra a liberdade de expressão. Mas tudo isso não havia encontrado ainda o seu ponto de fusão: agora, sim.
O que está ocorrendo aos nossos olhos não pode ser banalizado. O caluniador é uma figura da barbárie, o sinistro que mobiliza o submundo dos preconceitos, dos ódios e dos fanatismos. A calúnia traz a violência para o centro da cena pública, pronunciando a morte pública de uma pessoa, sem direito à defesa. Perante a calúnia não há diálogo, direitos ou tribunais isentos. Na dúvida, contra o “réu”: a suspeição atirada sobre ele, visa torná-lo impotente pois já, de partida, a humanidade lhe foi negada.
Mas quem é o caluniador, essa figura de mil caras e rosto nenhum? É preciso dizer alto e bom som, em público, o seu nome, antes que seja tarde: o nome do caluniador é hoje a candidatura José Serra! Friso a candidatura porque não quero exatamente negar a humanidade de quem calunia. É o que fez, com a coragem que lhe é própria, a companheira Dilma Roussef no primeiro debate do segundo turno, apontando o nome de uma caluniadora – a mulher de Serra – e chamando o próprio de o “homem das mil caras”.
Dia a dia, de forma crescente e orquestrada, a calúnia foi indo ao centro de sua campanha, de sua mensagem, de sua fala, de sua identidade proclamada, de seus aliados midiáticos, de parceiros fanáticos (TFP) ou escabrosos (nazistas de Brasília), de sua estratégia eleitoral e de seu cálculo. “Homem do bem” contra a “candidata do mal”? Homem de uma “palavra só” contra a “mulher de duas caras”? Político “ficha limpa” contra a “candidata ficha suja”? Protetor dos fetos e dos ofendidos (como mostra a imagem na TV) contra aquela que “assassina criancinhas”, como disse publicamente sua mulher? Homem público contra a “mulher das sombras”?
O que está se passando mesmo aqui e agora na jovem democracia brasileira? Que arco é este que vai da TFP a Caetano Veloso, quem , quase em uníssomo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, chamou o presidente Lula de analfabeto e ignorante já no início deste ano? Afinal, que cruzada é esta e qual a sua força ?
O que está ocorrendo aqui e agora é uma aliança dirigida por um liberal conservador com o fanático religioso e com o proto-fascista. Cada uma dessas figuras – que sustentam o lugar comum da calúnia – precisa ser entendida em sua própria identidade e voz. A democracia brasileira ainda é o lugar da razão, do sentimento e da dignidade do público: por isso, defender a candidatura Dilma Roussef é hoje assumir a causa que não pode ser perdida.
Liberalismo conservador: o criador e sua criatura – Nunca como agora em que esconde ou quase não mostra a imagem de Fernando Henrique Cardoso, Serra foi tão criatura de seu mestre intelectual. É dele que vem o discurso e a narrativa que, ao mesmo tempo, dá a senha e liga toda a cruzada da direita brasileira.
A noção de que o PT e seu governo ameaçam a liberdade dos brasileiros pois instrumentalizam o Estado, fazem reviver a “República sindical”, formam gangues de corrupção e ameaçam a liberdade de expressão não deixa de ser uma evocação da vertente lacerdista da velha UDN. Mas certamente não é uma doutrina local.
A cartilha do liberal-conservador Fernando Henrique Cardoso é um autor chamado Isaiah Berlin, autor de um famoso ensaio “Dois conceitos de liberdade” e do livro “A traição da liberdade. Seis inimigos da liberdade humana”. Neste ensaio e neste livro, define-se a liberdade como “liberdade negativa”, isto é aquele espaço que não é regulado pelas leis ou pelo Estado contraposto à noção de “liberdade positiva”. Quanto menos Estado, mais liberdade; quanto mais Estado, menos liberdade. Ao confundir liberdade com autonomia, ao vincular liberdade aos ideais de justiça ou de interesse comum, republicanos, sociais-democratas, liberais cívicos e, é claro, socialistas, trairiam a própria idéia de liberdade.
É por este conceito e seus desdobramentos que Fernando Henrique mobiliza o clamor midiático contra o PT e o governo Lula. É este conceito que estrutura também o discurso de Serra, que acusa o governo Lula de ser proto-totalitário. É evidente que o conceito não é passado de forma iluminista: a mídia brasileira tornou-se uma verdadeira artista na criação das mediações de opinião, imagem e notícia que se centralizam, em última instância, neste conceito. Daí ele dialoga com o senso comum.
Seja dito em favor de Fernando Henrique Cardoso: é o lado mais sombrio de seu liberalismo que vem à tona agora, na cena agônica, quando o candidato que representa a sua herança ameaça perder pela última vez. Pois este liberalismo sempre foi de viés cosmopolita, atento em seu diálogo com os democratas norte-americanos e aos “filósofos da Terceira Via”, a certos direitos inscritos na pauta, como aqueles da liberdade sexual, do direito ao aborto legal, dos gays, dos negros, da vida cultural. Mas agora para fazer a ponte com o fanatismo religioso, ele resolveu descer aos infernos: nada sobrou de progressista na candidatura Serra, das ameaças à Bolívia à moral sexual de Ratzinger?
O liberal conservador não é o fanático religioso nem o proto-fascista, aquele que julga que a melhor maneira de dissuadir o adversário é simplesmente eliminá-lo. Mas dialoga com eles na causa comum de derrotar os “proto-totalitários” de esquerda”. Como disse bem, Jean Fabien Spitz, autor de “ O conceito de liberdade”, os ensaios de Berlin trazem o sentido e a tonalidade da época da “guerra fria”.
O fanático religioso: os frutos de Ratzinger – Se a social-democracia, o republicanismo e o socialismo são os inimigos de Berlin, a Modernidade em um sentido amplo é o inimigo central do ex-cardeal Ratzinger. O programa político- teológico que veio construindo a ferro e fogo nestas últimas três décadas é centrado na idéia que é preciso restaurar a dogmática da fé contra os efeitos dissolutivos da moral emancipadora, da racionalização científica e da secularização. Este discurso político, que se fecha no fundamentalismo religioso, como bem denunciou Leonardo Boff, é, na verdade, um discurso de poder, de recentramento do poder do Vaticano.
Neste programa, não é apenas a esquerda enquanto topografia política que é o inimigo mas principalmente o processo de emancipação das mulheres. Entre a “Eva pecadora” e a “Maria mãe de Deus” não há outra identidade possível às mulheres.
A dimensão fundamentalista desde discurso não reconhece o direito do pluralismo na política, nem mesmo na linha do “consenso sobreposto” proposto por John Rawls ( a possibilidade de convergências sobre direitos, partido de um pluralismo de fundamentos). Ou se concorda ou se é proscrito, ex-comungado ou desqualificado.
É essa idéia força, que veio ganhando terreno na hierarquia do clero brasileiro a partir das perseguições à Teologia da Libertação, que agora irrompe na política brasileira, difamando Dilma Roussef. A calúnia é conveniente ao fundamentalista religioso: nesta visão de mundo, não há luz e sombra, não há e não pode haver semi-tons: quando Serra proclamou que o “direito ao aborto no Brasil seria uma carnificina”, ele estava dando a senha para a campanha difamatória da direita católica e evangélica.
O proto-fascista e seus privilégios – Todo processo político e social de democratização e de inclusão tão amplo como o que está se vivendo no Brasil provoca reações de resistência e regressão política à sua volta. Mas este também não é um fenômeno apenas brasileiro: observa-se à volta de nós fenômenos e operações muito típicas daquelas que estão sendo promovidas pela direita republicana norte-americana contra Obama ou que percorrem quase todo o continente europeu em torno ao tema dos imigrantes.
O proto-fascista brasileira não veste camisa preta nem usa suástica no braço ( embora, é claro, ninguém duvide, redes simbolicamente ostensivas estão em ação), nem precisa ser sociologicamente configurado como “lumpen proletariado” ou “pequeno burguesia vacilante”, para lembrar as figuras de uma linguagem simplificadora. O proto-fascista brasileiro é aquele que não quer receber em sua casa comum – a democracia brasileira – estes que não que reconhecem mais o seu antigo lugar, os pobres e os negros.
Há uma violência inaudita no ato do jornal liberal “O Estado de São Paulo” em punir com a demissão Maria Rita Kehl, por escrever um artigo em prol da dignidade dos pobres. Esta violência, que está muito distante do proclamado pluralismo mesmo restrito de alguns liberais, cheira a proto-fascismo, este ato que pretende abolir as razões públicas dos pobres simplesmente negando dignidade a eles.
A força da liberdade que hoje mora no coração dos brasileiros, os braços abertos do Cristo Redentor e o que há de imaginação e magnífica pulsão de vida na cultura popular dos brasileiros são os verdadeiros antídotos contra as figuras do ódio do caluniador.Por detrás da sua máscara, o povo brasileiro há de reconhecer os centenários adversários de seus direitos.
Diante do caluniador, somos todos hoje Dilma Roussef!

(http://www.cartacapital.com.br/politica/o-caluniador-figura-da-barbarie)

Por que Serra quer a Petrobras fora do gás em SP?

A resposta é simples: porque este é um grande negócio. A oferta de gás natural para o mercado paulista vai crescer enormemente, com a entrada em operação dos gasodutos Caraguatatuba-Taubaté, com capacidade para 20 milhões em metros cúbicos diários, e o Santos-São Paulo e Rio-São Paulo, que terão a capacidade ampliada de 8 para 12 milhões de metros cúbicos/dia.

Este gás, entregue pela Petrobras, é obrigatoriamente distribuído (vendido) pelas concessionárias. E um dos maiores compradores é… a própria Petrobras. No primeiro trimestre deste ano, de uma média de 48,8 milhões de metros cúbicos por dia de gás entregues ao mercado nacional, 39,8 milhões foram consumidos pela estatal, sobretudo para mover as usinas de geração de eletricidade.

Não é preciso mais para explicar a sinergia entre as duas atividades.

Nem o quanto dá de lucro esta atividade.

Ela está dividida em três. Na capital e acima dela, em direção ao Rio, a Comgas, que pertence à inglesa British Gas e à Shell. A área sul é da chilena SDG, com o nome de Gás Natural.

É por isso que todos estavam de olho na Brasiliano. Além da Petrobras, ela era disputada pela Mitsui (japonesa), Cosan-Shell, pelo empresário Carlos Seabra Suarez (o ’S’ da empreiteira OAS) associado à Cemig, pelo Banco Santander (que comprou o Banespa) e pela colombiana Promingás, que comprou as instalações da americana Enron, é é controlada pela Ashmore Energy International Limited, uma empresa das Ilhas Cayman.


*** Postagem recebida para publicação, sendo atribuída a Brizola Neto

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

VAMOS ELEGER DILMA ROUSSEFF PRESIDENTA DO BRASIL, por VIA CAMPESINA e Outros

VAMOS ELEGER DILMA ROUSSEFF PRESIDENTA DO BRASIL



No início do processo eleitoral deste ano, os movimentos sociais e a Via Campesina Brasil tomaram a decisão política de empenhar esforços para eleger o maior número possível de parlamentares e governadores identificados com as bandeiras populares da classe trabalhadora, com o aprofundamento da democracia e soberania brasileira e com políticas que combatam a concentração da propriedade e da renda em nosso país.

Quanto à eleição presidencial, as organizações populares que compõem a Via Campesina decidiram lutar para que não houvesse a vitória eleitoral de uma proposta neoliberal, representando pela candidatura do tucano José Serra.Passando o primeiro turno dessa campanha eleitoral, realizado em 3 de outubro, queremos, com este comunicado ao povo brasileiro, manifestar nossa decisão política frente às eleições deste ano.

Avaliação do 1º turno

As renovações que aconteceram nas Assembleias estaduais, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, além da eleição e reeleição de governadores progressistas, são alvissareiras.

No Senado Federal, especialmente, fomos vitoriosos com a eleição de companheiros e companheiras identificadas com as nossas lutas e com a não eleição de senadores que se notabilizaram pela perseguição aos movimentos sociais, identificados com os interesses do agronegócio.

Destacamos como vitória a derrota eleitoral do governo tucano de Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul, que se notabilizou, juntamente com o governo tucano de São Paulo, pelo controle da mídia, criminalização dos movimentos sociais e repressão à luta pela Reforma Agrária, aos movimentos de moradia e ao movimento dos professores da rede pública estadual. Em relação às campanhas presidenciais, não transcorreram debates em torno de projetos políticos e dos problemas principais que afetam a população brasileira.

A campanha de Dilma Rousseff (PT) buscou apenas, de forma pragmática, divulgar o desenvolvimento econômico e as políticas sociais do governo Lula, apoiando-se na popularidade e nos enorme índices de aprovação do atual governo. Com essa estratégia, obteve quase 47% dos votos, que foram insuficientes para vencer no primeiro turno. A candidatura de José Serra (PSDB) nos surpreendeu, não por sua identificação com as políticas neoliberais, e sim pelo baixo nível da sua campanha presidencial.

Foi agressivo e perseguiu jornalistas em entrevistas, tentou interferir em julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF), espalhou mentiras e acusações infundadas.Chegou a usar a própria esposa, que percorreu as ruas de Niterói (RJ) dizendo que Dilma Rousseff “é a favor de matar as criancinhas”. Somente uma candidatura sem nenhum compromisso com a ética e com a verdade, contando com o total controle sobre a mídia, pode desenvolver uma campanha de tão baixo nível. A biografia do candidato já é a maior derrotada nestas eleições.

A candidatura de Marina Silva (PV) cumpriu o objetivo a que se propôs: provocar o segundo turno nesta campanha eleitoral. O tempo dirá se o seu êxito serviu para fortalecer a democracia ou simplesmente foi utilizada pelas forças conservadoras, para que retornassem ao governo.Já as candidaturas identificadas com os partidos de esquerda, que utilizaram o espaço eleitoral para defender os interesses da classe trabalhadora, infelizmente tiveram uma votação inexpressiva.

O descenso social que temos há duas décadas em nosso país, a fragmentação das organizações da classe trabalhadora e a fragilidade da política de comunicação com a sociedade certamente influíram no resultado eleitoral. Cabe uma auto-crítica aos partidos políticos que se limitam apenas às campanhas eleitorais para dialogar com a sociedade. E que não falte daqui pra frente trabalho de base e a formação política permanente.As eleições deste ano demonstraram o poder nefasto e antidemocrático da mídia.

Mas, por outro lado, foi potencializada uma rede de comunicadores independentes, comprometidos com a liberdade de expressão e com o direito à informação, e que enfrentam aguerridamente o monopólio dos meios de comunicação em nosso país. São avanços rumo à democratização da informação e na construção de uma comunicação democrática e plural, com a participação da sociedade.

O 2º Turno

Nós reafirmamos nosso compromisso em defesa das bandeiras de lutas da classe trabalhadora e na construção de um país democrático, socialmente justo e soberano. Independentemente do governo eleito, seja ele qual for, iremos lutar de forma intransigente pela expansão das liberdades e dos direitos democráticos oprimidos.

Vamos lutar também por mudanças nas instituições e serviços públicos, em benefício da ampla maioria da população; combater aos monopólios para o desenvolvimento com soberania e distribuição de renda; defender as conquistas trabalhistas, a redução da jornada de trabalho, o direito de greve para os servidores públicos; a Previdência Social pública, de boa qualidade, pelo fim do fator previdenciário.

Defendemos também a realização de uma reforma urbana, com moradia, saneamento básico, transporte público e segurança; a construção de serviços de saúde universal e de boa qualidade; reformas na educação pública e promoção da cultura nacional-popular com caráter universal; o fim do latifúndio, limite do capital estrangeiro sobre os nossos recursos naturais e a realização de uma Reforma Agrária anti-latifundiária; a implantação de novas relações da sociedade com o meio ambiente e efetivação uma política externa de autodeterminação, solidariedade aos povos e que priorize a integração dos povos do continente latino-americano e do Caribe.

Infelizmente, os avanços do governo Lula em direção a essas bandeiras democrático-populares foram insuficientes, em em que pese o acerto de sua política externa. Também nos preocupa constatar que, no arco de alianças da candidatura de Dilma Rousseff, há forças políticas que se contrapõem a essas demandas sociais.

Porém, temos uma certeza: José Serra, por sua campanha, pelo seu governo no Estado de São Paulo e pelos oito anos de governo FHC, tornou-se o inimigo dessas bandeiras de lutas. Pelo caráter anti-democrático e anti-popular dos partidos que compõem sua aliança eleitoral e por sua personalidade autoritária, estamos convictos que uma possível vitória sua significará um retrocesso para os movimentos sociais e populares em nosso país, para as conquistas democráticas em nosso continente e uma maior subordinação ao império dos Estados Unidos. Esse retrocesso não queremos que aconteça.Nossa posição nessa conjuntura

Assim, os movimentos sociais e a Via Campesina Brasil afirmam o seu apoio e compromisso de lutar para eleger a candidata Dilma Rousseff para o cargo de presidenta do Brasil. Queremos nos juntar aos movimentos sindicais, populares, estudantis, religiosos e progressistas para promover debates com a sociedade, desmascarar a propaganda enganosa dos neoliberais e autoritários e exigir avanços na democracia, nas políticas públicas que favoreçam a população, no combate aos corruptos e corruptores e na democratização do poder em nosso país.

Precisamos derrotar a candidatura Serra, que representa as forças direitistas e fascistas do país. Devemos seguir organizando o povo para que lute por seus direitos e mudanças sociais, mantendo sempre nossa autonomia política frente aos governos.Conclamamos a militância de todos os movimentos sociais, os lutadores e lutadoras do povo brasileiro, para se engajarem nessa luta, que é importantíssima para a classe trabalhadora.

Vamos à luta!! Vamos eleger Dilma Rousseff presidenta do Brasil.

Via Campesina Brasil

Movimento dos Atingidos por Barragens- MAB

Movimento das Mulheres Camponesas- MMC

Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST

Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil- FEAB

Assembléia Popular- PE

Centro de Estudos Barão de Itararé

Fórum Brasileiro de Economia Solidária

Marcha Mundial das Mulheres- MMM

Movimento Camponês Popular- MCP

Rede Brasileira de Integração dos Povos- REBRIP

Rede de Educação Cidadã Sudeste- RECID

Sindicato dos Engenheiros do Paraná- Senge-PR

Uniao de Estudantes Afrodescendentes-UNEAFRO




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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

COMPARAÇÃO: LULA X FHC (clique na imagem)





Reproduzido de http://www.contornocomdilma.blogspot.com

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Refrescando a memória – denúncias contra tucanos.

Será que alguém se lembra???????


"Um estudioso de São Paulo, Altamiro Borges, recuperou brevemente a

nossa memória política da década recente e a colocou na rede. O

sociólogo Rogério Chaves enxugou o texto, que envio a vocês na

esperança de que possa contribuir com o debate - e para que não

esqueçamos dos anos tucanos (ainda tão recentes e precocemente

esquecidos) e de que a campanha presidencial já começou.


- SIVAM: Logo no início da gestão de FHC, denúncias de corrupção e

tráfico de influências no contrato de US$ 1,4 bilhão para a criação do

Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) derrubaram um ministro e dois

assessores presidenciais. Mas a CPI instalada no Congresso, após

intensa pressão, foi esvaziada pelos aliados do governo e resultou

apenas num relatório com informações requentadas ao Ministério Público.


- PASTA ROSA: Pouco depois, em agosto de 1995, eclodiu a crise dos

bancos Econômico (BA), Mercantil (PE) e Comercial (SP). Através do

Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer),

FHC beneficiou com R$ 9,6 bilhões o Banco Econômico numa jogada

política para favorecer o seu aliado ACM. A CPI instalada não durou

cinco meses, justificou o "socorro" aos bancos quebrados e nem sequer

averiguou o conteúdo de uma pasta rosa, que trazia o nome de 25

deputados subornados pelo Econômico.


- PRECATÓRIOS: Em novembro de 1996 veio à tona a falcatrua no

pagamento de títulos no Departamento de Estradas de Rodagem (DNER). Os

beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor destes precatórios para a

quadrilha que comandava o esquema, resultando num prejuízo à União de

quase R$ 3 bilhões. A sujeira resultou na extinção do órgão, mas os

aliados de FHC impediram a criação da CPI para investigar o caso.


- COMPRA DE VOTOS: Em 1997, gravações telefônicas colocaram sob forte

suspeita a aprovação da emenda constitucional que permitiria a

reeleição de FHC. Os deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do

PFL do Acre, teriam recebido R$ 200 mil para votar a favor do projeto

do governo. Eles renunciaram ao mandato e foram expulsos do partido,

mas o pedido de uma CPI foi bombardeado pelos governistas.


- DESVALORIZAÇÂO DO REAL: Num nítido estelionato eleitoral, o governo

promoveu a desvalorização do real no início de 1999. Para piorar,

socorreu com R$ 1,6 bilhão os bancos Marka e FonteCidam - ambos com

vínculos com tucanos de alta plumagem. A proposta de criação de uma CPI

tramitou durante dois anos na Câmara Federal e foi arquivada por

pressão da bancada governista.


- PRIVATARIA: Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no

BNDES flagraram conversas entre Luis Carlos Mendonça de Barros,

ministro das Comunicações, e André Lara Resende, dirigente do banco.

Eles articulavam o apoio a PREVI, Caixa de Previdência do Banco do

Brasil, para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha

como um dos donos o tucano Pérsio Arida. A negociata teve valor

estimado de R$ 24 bilhões. Apesar do escândalo, FHC conseguiu evitar a

instalação da CPI.


- CPI DA CORRUPÇÃO: Em 2001, chafurdando na lama, o governo ainda

bloqueou a abertura de uma CPI para apurar todas as denúncias contra a

sua triste gestão. Foram arrolados 28 casos de corrupção na esfera

federal, que depois se concentraram nas falcatruas da Sudam, da

privatização do sistema Telebrás e no envolvimento do ex-ministro

Eduardo Jorge. A imundície no ninho tucano novamente ficou impune.


- EDUARDO JORGE: Secretário-geral do presidente, Eduardo Jorge foi alvo

de várias denúncias no reinado tucano: esquema de liberação de verbas

no valor de R$ 169 milhões para o TRT-SP; montagem do caixa-dois para a

reeleição de FHC; lobby para favorecer empresas de informática com

contratos no valor de R$ 21,1 milhões só para a Montreal; e uso de

recursos dos fundos de pensão no processo das privatizações. Nada foi

apurado e hoje o sinistro aparece na mídia para criticar a "falta de

ótica" do governo Lula.


E apesar disto, FHC impediu qualquer apuração e sabotou todas as

CPIs.Ele contou ainda com a ajuda do procurador-geral da República,

Geraldo Brindeiro, que por isso foi batizado de "engavetador-geral".

Dos 626 inquéritos instalados até maio de 2001, 242 foram engavetados e

outros 217 foram arquivados. Estes envolviam 194 deputados, 33

senadores, 11 ministros e ex-ministros e em quatro o próprio FHC.Nada

foi apurado, a mídia evitou o alarde e os tucanos ficaram intactos.

Lula inclusive revelou há pouco que evitou reabrir tais investigações -

deve estar arrependido dessa bondade!


Diferente do reinado tucano, o que é uma importante marca distintiva do

atual governo, hoje existe maior seriedade na apuração das denúncias de

corrupção. Tanto que o Ministério da Justiça e sua Polícia Federal

surgem nas pesquisas de opinião com alta credibilidade. Nesse curto

período foram presas 1.234 pessoas, sendo 819 políticos,

empresários,juízes, policiais e servidores acusados de vários esquemas

de fraude -desde o superfaturamento na compra de derivados de sangue

até a adulteração de leite em pó para escolas e creches. Ações de

desvio do dinheiro público foram atacadas em 45 operações especiais da

PF.


Já a Controladoria Geral da União, encabeçada pelo ministro Waldir

Pires, fiscalizou até agora 681 áreas municipais e promoveu 6 mil

auditorias em órgãos federais, que resultaram em 2.461 pedidos

deapuração ao Tribunal de Contas da União. Apesar das bravatas de FHC,

a Controladoria só passou a funcionar de fato no atual governo, que

inclusive já efetivou 450 concursados para o trabalho de

investigação."A ação do governo do presidente Lula na luta decidida

contra a corrupção marca uma nova fase na história da administração

pública no país, porque ela é uma luta aberta contra a impunidade",

garante Waldir Pires.

Diante de fatos irretocáveis, fica patente que a atual investida do

PSDB-PFL não tem nada de ética. FHC, que orquestrou a recente eleição

de Severino Cavalcanti para presidente da Câmara, tem interesses menos

nobres nesse embate. Através da CPI dos Correios, o tucanato visa

imobilizar o governo Lula e desgastar sua imagem, preparando o clima

para a sucessão presidencial. De quebra, pode ainda ter como subproduto

a privatização dos Correios, acelerando a tramitação do projeto de

lei1.491/99, interrompida pelo atual governo, que acaba com o monopólio

estatal dos serviços postais."


Conclusão: OK, o atual governo usou da corrupção pra fazer política,

mas o anterior, que hoje evoca a "ética" para desgastar a imagem dos

petistas, passou por vários escândalos de corrupção - e, importante:

nenhum deles devidamente investigado. Quem está mais ganhando nesta

crise não é Roberto Jefferson ou a corja do PFL, que já é

reconhecidamente corrupta. Mas os tucanos, que estão se saindo com a

imagem de éticos, graças ao esquecimento geral da Nação. Isso poderá se

refletir nas eleições do ano que vem, em que Aécio Neves, Geraldo

Alckmin, FHC, José Serra - ou qualquer outro que concorrer - poderá

chegar à Presidência da República, com todo seu histórico de corrupção

na bagagem.


Nunca devemos nos esquecer que a Cia. Vale do Rio Doce foi vendida por

R$ 3 bilhões de Reais, financiados pelo BNDES, e hoje vale "somente" 48

bilhões de dólares.


Devo refrescar também que, em 2002, FHC retirou R$ 75 milhões do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas) para compra de dólares com o objetivo de reter a alta do dólar e desta forma manter a sua campanha para reeleição. Isto causou uma crise inédita no CNPq, vários projetos de pesquisas pararam e inúmeras bolsas foram canceladas. Somente parte deste dinheiro foi restituído e mesmo assim um ano depois.



"Época triste a nossa, em que é mais difícil quebrar um preconceito do

que um átomo"

Einstein, segundo Kaplan.





“COM DILMA O BRASIL VIBRA”



- coletivobrasil3000 -

MANIFESTO DE ARTISTAS E INTELECTUAIS PRO DILMA

Um grupo de artistas e intelectuais liderados por Leonardo Boff, Chico Buarque, Emir Sader, Eric Nepumuceno está articulando adesões ao manifesto abaixo de apoio político a eleição de Dilma Roussef. Se você puder aderir agradeceríamos muito: mande sua adesão para emirsader@uol.com.br e ericnepomuceno@uol.com.br


MANIFESTO DE ARTISTAS E INTELECTUAIS PRO DILMA

Nós, que no primeiro turno votamos em distintos candidatos e em diferentes partidos, nos unimos para apoiar Dilma Rousseff. Fazemos isso por sentir que é nosso dever somar forças para garantir os avanços alcançados. Para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimen to econômico que signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens e serviços da natureza, um país socialmente justo, que continue acelerando a inclusão social, que consolide, soberano, sua nova posição no cenário internacional.

Um país que priorize a educação, a cultura, a sustentabilidade, a erradicação da miséria e da desiguladade social. Um país que preserve sua dignidade reconquistada.

Entendemos que essas são condições essenciais para que seja possível atender às necessidades básicas do povo, fortalecer a cidadania, assegurar a cada brasileiro seus direitos fundamentais.

Entendemos que é essencial seguir reconstruindo o Estado, para garantir o desenvolvimento sustentável, com justiça social e projeção de uma política externa soberana e solidária.

Entendemos que, muito mais que uma candidatura, o que está em jogo é o que foi conquistado.

Por tudo isso, declaramos, em conjunto, o apoio a Dilma Rousseff. É hora de unir nossas forças no segundo turno para garantir as conquistas e continuarmos na direção de uma sociedade justa, solidária e soberana.

Leonardo Boff
Chico Buarque
Fernando Morais
Emir Sader
Eric Nepumuceno

terça-feira, 5 de outubro de 2010

DILMA É GARANTIA PARA O POVO, por COLETIVO BRASIL 3000

DILMA É GARANTIA PARA O POVO

Reconstruindo o Brasil com o seu voto.





1) Um compromisso - Dilma é mais que uma candidatura. É compromisso de todos e de cada um em aprofundar o rompimento com a forma de fazer política dos governos conservadores anteriores ao Lula (tucanos neoliberais ou democratas carcomidos). Que ao longo da nossa história, por incompetência ou pura conveniência, nada fizeram para reverter este quadro de constante crise social, falta de desenvolvimento, descaso com a educação e saúde e outras tantas situações calamitosas com as quais convivíamos até a nos parecerem inevitáveis. A eleição de Dilma representa o aprofundamento de uma democracia real e efetiva em nosso país, centrada nos interesses da maioria do povo brasileiro. Os trabalhadores, maioria do povo brasileiro, nunca foram parte, como sujeitos, do discurso conservador. Pelo contrário, repetidamente, os conservadores desqualificam a competência política dos trabalhodores. Mais um blefe desmentido, na prática, pelo Governo Lula.

2) Com o povo - Dilma, com sua experiência, política e administrativa, já demonstrada durante o Governo do Presidente Lula, será a garantia de continuidade e aprimoramento do desenvolvimento econômico, político e social que estamos vivendo. Que é fruto da nova direção dada ao Estado Brasileiro, agora, de fato, voltado para a totalidade de seu povo e, não, apenas para a “elite” de sempre, predadora e insensível. Graças à preocupação com o social, que sempre orientou esse Governo cuja continuação Dilma representa, entre tantos outros aspectos favoráveis, uma parcela enorme de nosso povo foi retirada da situação de miséria quase absoluta e outra não menos significativa saiu do patamar da pobreza. Cresceu o emprego com carteira assinada, surgiu movimento cultural preocupado com os dramas e alegrias do Brasil, iniciou-se política internacional independente, solidária, rompendo com tradição conservadora de olhar o mundo, e se portarem diante dele, como devedores subalternos, em tudo, das nações do primeiro mundo.

3) O petróleo é nosso - Torna-se evidente que esta eleição envolve mais do que a escolha presidencial. Está em jogo, diante da já sabida ameaça de crise energética mundial, a questão da exploração da reserva petrolífera do pré-sal, alvo notório de interesses internacionais. A ninguém é dado desconhecer que a descoberta dessa imensa riqueza deveu-se exclusivamente ao esforço do povo brasileiro, através da nossa Petrobrás. Empresa que, caso houvesse vingado a política entreguista e de desmantelamento do Estado, patrocinada pelos conservadores (“democratas” e tucanos), não mais existiria ou não existiria para nós. Mídia brasileira e norte-americana se somam para repor no governo os mesmos que, a mando de fora, privatizaram, sem necessidade, setores, estratégicos, da nossa economia, como a telefonia, a energia elétrica, a petroquímica, a siderurgia, a mineração, portos e ferrovias etc. Enfraquecendo o Estado, reconhecidamente, o único mecanismo de que, de fato, se dispõe, não só aqui, como no mundo, para promover o desenvolvimento dos povos. Passamos ao largo da crise imobiliária e de ativos, que vem balançando o globo, quase que exclusivamente pela restante capacidade de investimento que nos sobrou da sanha privatista dos neoconservadores (Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDS)

4) Brava gente brasileira - Dilma significa a retomada do Brasil, para seu povo, processo iniciado pela bravura e compromisso do governo popular de Lula e dos partidos progressistas que o apóiam. Eleger Dilma é garantir que é passado a política conservadora que, com sua arrogância, quase quebrou o Brasil. José Serra seria uma sucessão de FHC, como Dilma, será a de Lula. Se José Serra, participante ativo, ministro do primeiro escalão, nunca fez nem esboçou a menor vontade de fazer o que promete fazer agora, por que haveria de fazer depois de eleito? O que se vê da parte de José Serra é apenas uma tentativa de passar um atestado de bobo para o povo brasileiro. Ele esconde a sua participação e responsabilidade no catastrófico governo FHC e não consegue mostrar algo positivo em seu recente Governo de São Paulo. Pelo contrário, o que se vê, em São Paulo, é a manutenção e o agravamento, sob o seu governo, de problemas crônicos e repetitivos nesse grandioso Estado da Federação (enchentes, insegurança pública, ensino público abandonado etc).

5) Olho vivo - Dilma é a garantia que o povo brasileiro, que os trabalhadores brasileiros, continuarão conduzindo a transformação do Brasil, não deixando que o país volte às mãos daqueles que tudo fizeram para que esta transformação nunca ocorresse. Um governo Dilma é a consolidação da derrota da forma conservadora de fazer política. Que não vacila em lançar mão cada vez mais até mesmo da pura e simples difamação dos candidatos progressistas. Gente que, no governo FHC, tão recheado de denúncias, nunca se mexeu no sentido da apuração e tudo fez para que ela não acontecesse. E que, agora, destorcem os fatos, pisam a verdade e vão contra a própria realidade. Felizmente, uma realidade nova, muito diferente daquela que nos legaram. Qual? Não custa e é sempre bom lembrar: a do imenso desemprego, a da economia atirada na informalidade e, por conseguinte, na insegurança de todos, a das lojas e indústrias fechadas, a da violência galopante, a dos poucos trabalhadores mantidos em seus postos de trabalho totalmente intimidados. Por isso, eleitor, é que precisamos eleger Dilma, é que seu voto é importante. Com Dilma, adiante!

ColetivoBrasil3000

EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTO

Manifesto de Reitores das Universidades Federais, à Nação Brasileira

Da pré-escola ao pós-doutoramento – ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional – consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.

Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.

Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.

Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.

Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.

Alan Barbiero – Universidade Federal do Tocantins (UFT)
José Weber Freire Macedo – Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Aloisio Teixeira – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Josivan Barbosa Menezes – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
Amaro Henrique Pessoa Lins – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Malvina Tânia Tuttman – Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Ana Dayse Rezende Dórea – Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Maria Beatriz Luce – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
Antonio César Gonçalves Borges – Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Maria Lúcia Cavalli Neder – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Carlos Alexandre Netto – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Miguel Badenes P. Filho – Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)
Carlos Eduardo Cantarelli – Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)
Miriam da Costa Oliveira – Univ.. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)
Célia Maria da Silva Oliveira – Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Natalino Salgado Filho – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Damião Duque de Farias – Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Paulo Gabriel S. Nacif – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Felipe .Martins Müller – Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).
Pedro Angelo A. Abreu – Univ. Fed. do Vale do Jequetinhonha e Mucuri (UFVJM)
Hélgio Trindade – Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Ricardo Motta Miranda – Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Hélio Waldman – Universidade Federal do ABC (UFABC)
Roberto de Souza Salles – Universidade Federal Fluminense (UFF)
Henrique Duque Chaves Filho – Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Romulo Soares Polari – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Jesualdo Pereira Farias – Universidade Federal do Ceará – UFC
Sueo Numazawa – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
João Carlos Brahm Cousin – Universidade Federal do Rio Grande – (FURG)
Targino de Araújo Filho – Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)
José Carlos Tavares Carvalho – Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
Thompson F. Mariz – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
José Geraldo de Sousa Júnior – Universidade Federal de Brasília (UNB)
Valmar C. de Andrade – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
José Seixas Lourenço – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Virmondes Rodrigues Júnior – Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Walter Manna Albertoni – Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP)



(Fonte: http://diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/14599-manifesto-de-reitores-das-federais-educacao-brasil-esta-no-rumo-certo)


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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Manifesto de artistas e intelectuais pela democracia e pelo povo:

À NAÇÃO

Em uma democracia nenhum poder é soberano.
Soberano é o povo.
É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal.
Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff.
Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias.
O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais.
Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.
O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”.
Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão.
A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.
É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa.
Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo.
Mesmo quando acusaram sem provas.
Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta.
Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos.
Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade. Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante.
O Brasil passou por uma grande transformação.
Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.
Ninguém nos afastará desse caminho.
Viva o povo brasileiro.
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Participe do abaixo assinado:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7080

domingo, 26 de setembro de 2010

A MÍDIA COMERCIAL EM GUERRA CONTRA LULA E DILMA, Leonardo Boff

Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.

Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.

Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.

Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.

Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e nãocontemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.

Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.

Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.

O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.

Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.

O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA faz questão de não ver, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.

O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.

Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.

*Teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

Fonte: Agência Carta Maior.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

DILMA É GARANTIA PARA O POVO, por COLETIVO BRASIL 3000

DILMA É GARANTIA PARA O POVO

Reconstruindo o Brasil com o seu voto.





1) Um compromisso - Dilma é mais que uma candidatura. É compromisso de todos e de cada um em aprofundar o rompimento com a forma de fazer política dos governos conservadores anteriores ao Lula (tucanos neoliberais ou democratas carcomidos). Que ao longo da nossa história, por incompetência ou pura conveniência, nada fizeram para reverter este quadro de constante crise social, falta de desenvolvimento, descaso com a educação e saúde e outras tantas situações calamitosas com as quais convivíamos até a nos parecerem inevitáveis. A eleição de Dilma representa o aprofundamento de uma democracia real e efetiva em nosso país, centrada nos interesses da maioria do povo brasileiro. Os trabalhadores, maioria do povo brasileiro, nunca foram parte, como sujeitos, do discurso conservador. Pelo contrário, repetidamente, os conservadores desqualificam a competência política dos trabalhodores. Mais um blefe desmentido, na prática, pelo Governo Lula.

2) Com o povo - Dilma, com sua experiência, política e administrativa, já demonstrada durante o Governo do Presidente Lula, será a garantia de continuidade e aprimoramento do desenvolvimento econômico, político e social que estamos vivendo. Que é fruto da nova direção dada ao Estado Brasileiro, agora, de fato, voltado para a totalidade de seu povo e, não, apenas para a “elite” de sempre, predadora e insensível. Graças à preocupação com o social, que sempre orientou esse Governo cuja continuação Dilma representa, entre tantos outros aspectos favoráveis, uma parcela enorme de nosso povo foi retirada da situação de miséria quase absoluta e outra não menos significativa saiu do patamar da pobreza. Cresceu o emprego com carteira assinada, surgiu movimento cultural preocupado com os dramas e alegrias do Brasil, iniciou-se política internacional independente, solidária, rompendo com tradição conservadora de olhar o mundo, e se portarem diante dele, como devedores subalternos, em tudo, das nações do primeiro mundo.

3) O petróleo é nosso - Torna-se evidente que esta eleição envolve mais do que a escolha presidencial. Está em jogo, diante da já sabida ameaça de crise energética mundial, a questão da exploração da reserva petrolífera do pré-sal, alvo notório de interesses internacionais. A ninguém é dado desconhecer que a descoberta dessa imensa riqueza deveu-se exclusivamente ao esforço do povo brasileiro, através da nossa Petrobrás. Empresa que, caso houvesse vingado a política entreguista e de desmantelamento do Estado, patrocinada pelos conservadores (“democratas” e tucanos), não mais existiria ou não existiria para nós. Mídia brasileira e norte-americana se somam para repor no governo os mesmos que, a mando de fora, privatizaram, sem necessidade, setores, estratégicos, da nossa economia, como a telefonia, a energia elétrica, a petroquímica, a siderurgia, a mineração, portos e ferrovias etc. Enfraquecendo o Estado, reconhecidamente, o único mecanismo de que, de fato, se dispõe, não só aqui, como no mundo, para promover o desenvolvimento dos povos. Passamos ao largo da crise imobiliária e de ativos, que vem balançando o globo, quase que exclusivamente pela restante capacidade de investimento que nos sobrou da sanha privatista dos neoconservadores (Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDS)

4) Brava gente brasileira - Dilma significa a retomada do Brasil, para seu povo, processo iniciado pela bravura e compromisso do governo popular de Lula e dos partidos progressistas que o apóiam. Eleger Dilma é garantir que é passado a política conservadora que, com sua arrogância, quase quebrou o Brasil. José Serra seria uma sucessão de FHC, como Dilma, será a de Lula. Se José Serra, participante ativo, ministro do primeiro escalão, nunca fez nem esboçou a menor vontade de fazer o que promete fazer agora, por que haveria de fazer depois de eleito? O que se vê da parte de José Serra é apenas uma tentativa de passar um atestado de bobo para o povo brasileiro. Ele esconde a sua participação e responsabilidade no catastrófico governo FHC e não consegue mostrar algo positivo em seu recente Governo de São Paulo. Pelo contrário, o que se vê, em São Paulo, é a manutenção e o agravamento, sob o seu governo, de problemas crônicos e repetitivos nesse grandioso Estado da Federação (enchentes, insegurança pública, ensino público abandonado etc).

5) Olho vivo - Dilma é a garantia que o povo brasileiro, que os trabalhadores brasileiros, continuarão conduzindo a transformação do Brasil, não deixando que o país volte às mãos daqueles que tudo fizeram para que esta transformação nunca ocorresse. Um governo Dilma é a consolidação da derrota da forma conservadora de fazer política. Que não vacila em lançar mão cada vez mais até mesmo da pura e simples difamação dos candidatos progressistas. Gente que, no governo FHC, tão recheado de denúncias, nunca se mexeu no sentido da apuração e tudo fez para que ela não acontecesse. E que, agora, destorcem os fatos, pisam a verdade e vão contra a própria realidade. Felizmente, uma realidade nova, muito diferente daquela que nos legaram. Qual? Não custa e é sempre bom lembrar: a do imenso desemprego, a da economia atirada na informalidade e, por conseguinte, na insegurança de todos, a das lojas e indústrias fechadas, a da violência galopante, a dos poucos trabalhadores mantidos em seus postos de trabalho totalmente intimidados. Por isso, eleitor, é que precisamos eleger Dilma, é que seu voto é importante. Com Dilma, adiante!

ColetivoBrasil3000

quinta-feira, 24 de junho de 2010

sábado, 29 de maio de 2010

Trabalho Escravo no Brasil, pelo blog

O leitor poderá consultar as listas de empregadores (empresas e pessoas físicas) que foram flagrados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego utilizando-se, em pleno Século XXI, da odienta forma de trabalho conhecida como "trabalho escravo" no Brasil, com o acesso, inclusive aos respectivos CPF ou CNPJ, no site da ONG (Organização não-governamental""Repórter Brasil", http://www.reporterbrasil.org.br/.
A existência dessas listas deve-se à atução do referido Ministério no atual governo (governo Lula) que adotou a prática de divulgá-las, recebendo grande elogio da relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Formas Contemporâneas de Escravidão, Gulnara Shahinian, que a citiu como exemplo a ser seguido por outros países.
Tal lista pode ser consultada no site do Ministério do Trabalho (www.mte.gov.br).
Conforme recomendou a relatora da ONU, "O governo não pode auxiliar, assim como os bancos não podem financiar quem usa trabalho escravo. Ninguém deveria comprar a produção que tem como base o trabalho escravo".

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Família Virtual, por Frei Beto

A desinstitucionalização da família é um dos aspectos mais marcantes da crise da modernidade. O que é, hoje, uma família? Onde estão os vínculos inquebrantáveis da instituição agregadora de avós, pais, filhos, tios, primos e netos?

A reconfiguração dos papéis sexuais, a instabilidade dos laços conjugais, o divórcio, o recasamento, fragmentam o núcleo familiar. As crianças circulam entre vários lares autônomos em contato com diferentes adultos que lhes transmitem, como valores, tantas opiniões e atitudes divergentes que elas ficam absolutamente convencidas de que tudo é relativo.

A crise do modelo familiar tradicional decorre de fatores como a emancipação da mulher, que já não depende do marido para se sustentar; do desprestígio da autoridade paterna; da igualdade de direitos das pessoas; o que embaralha e mina a antiga hierarquia de papéis definidos entre avós, pais, mães, filhos e tios.

Essa atomização do núcleo familiar desordena o conceito de autoridade, o exercício da obediência, o patriarcalismo outrora dominante. A família é, agora, um agrupamento funcional de trocas afetivas e interesses econômicos. Nela, os deveres específicos de cada um perdem nitidez. Os rituais de entrelaçamento e consolidação – refeições em comum, frequência dominical ao culto religioso, férias conjuntas, celebrações de aniversários etc. – se esfumaçam sem que seja introduzida nova liturgia de estreitamento de vínculo familiar.

O que é hoje um lar? Um espaço de moradia onde cada um se locomove de acordo com seus interesses individuais. No lugar da mesa posta com a família em torno, a geladeira como provedora de abastecimento; no lugar da sala como espaço de convívio, o quarto individual como local de refúgio, onde cada um se esconde entretido com a parafernália eletrônica, como TV e internet, que substitui, pelo relacionamento virtual, a sociabilidade calcada na alteridade.

A solidão deixa de ser um recuo à ação solidária e nutrição cultural para funcionar como abrigo de evasão solitária.
Outra causa de desagregação da família tradicional é o poder exercido pelo império televisivo. A TV é o "terceiro pai" que desempenha forte influência na formação de crianças e adolescentes. Desloca o núcleo familiar da sua relação de alteridade (conversas em torno da mesa, na varanda, na calçada ou no quintal; jogos de tabuleiro ou baralho; recital de música ou teatro improvisado etc.) para a confluência de todos rumo à tela da TV.

A família real cede lugar à virtual. E em muitas famílias nem há mais justaposição; há um aparelho de TV em cada quarto, atomizando as relações e dificultando o diálogo.

A democracia neoliberal – essa que se baseia na aquisição de bens materiais e permite a todos avaliarem seu grau de liberdade segundo sua proximidade ou distância do mercado – impõe-se à família através da TV, anulando os rituais fundados no afeto e na cumplicidade de sangue.
Já não vigora a autoridade paterna a decidir o que, na TV, convém ou não às crianças. Nem há debate familiar. Cada um decide, a seu bel prazer, o tempo e o conteúdo de sua voluntária sujeição à TV, em detrimento de diálogo familiar, leitura, oração, diversão, exercício físico ou desempenho social (visitas, frequência ao clube, biblioteca, teatro etc).
A família atual tende a ignorar seus parentes, não se interessa por eles, embora alimente grande apreço pelos novos "parentes" a quem, quase diariamente, abre portas e corações: William Bonner e Fátima Bernardes; Hebe Camargo e Faustão; Luciano Huck e Luciana Gimenez; Datena e Boris Casoy; e toda a plêiade de heróis e heroínas de telenovelas, programas infantis e desenhos animados.

Esses novos tios e tias têm a vantagem de serem sempre divertidos e educados; não pedem dinheiro emprestado, não bebem as nossas bebidas nem comem a nossa comida; não ocupam espaço; não nos convocam às suas doenças; mostram-se sempre saudáveis e risonhos; são ricos e famosos. Como a realidade é cada vez mais virtual, podemos até sentir-lhes o perfume...

Freud ficaria confuso se voltasse hoje. Já não temos necessidade de "matar o pai" ou "odiar o irmão". Basta discar o número fatal que exclui um "brother" ou trocar de canal a cada vez que aquele chato ou aquela megera aparece no vídeo.

Todas as noites milhões de telespectadores se nutrem abnegadamente dessa sopa de entretenimento – telenovelas, programas humorísticos, esportivos etc. – temperada de tudo isso que falta à sua vida real: o grande amor, a emoção, o desafio, o ideal, a beleza, a roda da fortuna...

E la nave va. A vida prossegue. Por dentro da TV. Do lado de fora, demitidos do papel de protagonistas, de sujeitos históricos, aceitamos ser meros espectadores instados a consumir. Ou melhor, a conjuntamente sumir. E deixar que ídolos virtuais vivam por nós.

Frei Betto é escritor, autor de "A arte de semear estrelas" (Rocco), entre outros livros.
http://www.freibetto.org/

*** o Blog publica, sem a autorização do autor, o texto acima, recebido em 28/05/2009, diante do seu compromisso de colaborar com a construção do pensamento brasileiro e, sobretudo, como forma de homenagear um daqueles que, notoriamente, tanto tem se empenhado nessa mesma tarefa.

domingo, 9 de maio de 2010

El auge de las derechas locas en América Latina, por Jorge Beinstein

Las declaraciones de José Serra hostiles al Mercosur pronunciadas ante empresarios de la Federação de Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), deberían constituir una señal de alarma no sólo para Brasil, sino también para la mayor parte de los países de la región. Como señalaba recientemente un periódico de Buenos Aires, ese exabrupto está en abierta contradicción con el hecho de que cerca del 90% de las exportaciones industriales de Brasil son compradas por los países del Mercosur y otros de América Latina (1). Las declaraciones del candidato derechista aparecen como una invitación al suicidio del sistema industrial brasileño que quedaría expuesto a la feroz competencia en América Latina de países desesperados por aumentar sus ventas. Por ejemplo, China, que acaba de tener en marzo de este año su primer déficit comercial mensual desde hace más de un lustro y cuyas exportaciones (en su casi totalidad industriales) cayeron en 2009 cerca del 16% respecto a 2008. Pero también de gigantes económicos como Alemania y otras economías europeas de alto y mediano desarrollo o de los Estados Unidos, todos ellos acosados por la contracción del comercio internacional provocada por la crisis.

La propuesta de Serra de revisar los acuerdos del Mercosur (a los que considera “una farsa” y “un obstáculo”) apuntando, como el mismo lo proclama, a su “flexibilización” reduciendo al mínimo el proceso de integración económica, política y social hasta llegar incluso a su eliminación, ha sido recibida con gran alegría por los círculos más reaccionarios de América Latina y de los Estados Unidos: la publicación América Economía dio a la noticia una imagen de ruptura apocalíptica titulando “José Serra reafirma que no quiere que Brasil continúe en el Mercosur” (2).

Si Serra llega a la presidencia y aplica su promesa de liquidación del Mercosur, le estaría dando un golpe terrible a una de las mayores proezas económicas de Brasil: el boom de sus exportaciones, que pasaron de 58.200 millones de dólares en 2001 a 197.900 millones de dólares en 2008 (340% de aumento) (3). Como es sabido, las exportaciones brasileñas cayeron cerca de 22% en 2009 debido a la crisis internacional, pero la caída hubiera sido mucho mayor sin la existencia de la retaguardia latinoamericana, sin esos países vecinos ligados a Brasil por múltiples lazos económicos, políticos y culturales. Romper o aflojar esos lazos en un contexto internacional como el actual marcado por una crisis que se va agravando sería una locura, Brasil le estaría regalando una importante porción de los mercados regionales a competidores de todos los continentes.

Integraciones periféricas, deterioro de las viejas potencias centrales

La propuesta de Serra marcha a contramano de la tendencia global dominante hacia las integraciones periféricas que aparecen como respuestas a las crecientes dificultades de las economías de las potencias centrales (Estados Unidos, Unión Europea y Japón).

A comienzos de 2010 China firmó un acuerdo de integración comercial con los países del sudeste asiático agrupados en la ASEAN (4) abarcando mercados donde viven casi 1.900 millones de personas; pocos meses antes se había firmado un acuerdo similar entre la ASEAN e India. Si superponemos ambos acuerdos y sumamos sus poblaciones (China mas India más ASEAN) llegaríamos a unas 3.000 millones de personas, cerca del 45% de la población mundial. Ese proceso enlaza con la integración chino-rusa, uno de cuyos baluartes es la Organización de Cooperación de Shanghai, que además agrupa a las antiguas repúblicas soviéticas de Asia Central y tiene como observadores en proceso de incorporación a India, Pakistán, Mongolia e Irán.

Este movimiento de integración eurasiática incluyendo a más de la mitad de la población mundial está cambiando no solo la estructura del comercio internacional sino también sus relaciones políticas y militares, es el corazón de la despolarización mundial, del fin de la unipolaridad gobernada por el Imperio norteamericano.

La otra tendencia integradora importante es la de América Latina que, partiendo del Mercosur, se fue extendiendo a través de diversas iniciativas llegando a la UNASUR (390 millones de habitantes y un Producto Bruto regional cercano a los 3,9 millones de millones de dólares) y a la recientemente creada Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños (CELC). El vínculo entre esos dos fenómenos regionales es el BRIC, convergencia entre Brasil, Rusia, India y China donde Brasil es precisamente el eslabón que los articula estratégicamente.

Esta nueva realidad va mucho más allá del nivel comercial o incluso económico, expresa el ascenso de un inmenso espacio de poder periférico cuyos países líderes han podido resistir mucho mejor el impacto de la crisis que las grandes potencias capitalistas. Mientras los Estados Unidos van llegando a un nivel insostenible de deuda publica (cercana al 100 % del producto Bruto Interno) y la Unión Europea aparece muy golpeada por la crisis griega, detonador de un desastre regional mucho mayor, América Latina se ha venido desendeudando: en el año 2003 su deuda externa pública representaba cerca del 60 % del Producto Bruto regional y para 2008 había caído al 30%. Ello lo consiguió creciendo y exportando, con varias de sus economías claves apartándose de la ortodoxia neoliberal y de la hegemonía de los Estados Unidos.

En síntesis: la periferia se está integrando, sus naciones comercian cada vez más entre si, mientras los países ricos (el área imperialista del mundo) aparecen atrapados por la crisis con sus mercados internos estancados o contrayéndose.

Sin embargo, el ascenso de la periferia no es inexorable, dependerá de la forma en que responda a una crisis sistémica global que se profundiza, dependerá de su capacidad para superar las barreras, las trampas de un sistema capitalista mundial regido por potencias decadentes y hegemonizado por el parasitismo financiero y sobre todo en el largo plazo de su capacidad para liberarse de esa pesada telaraña civilizacional (burguesa de raíz occidental) que la condenó al subdesarrollo.

Las derechas locas

Lo que Serra propone es un camino perverso: salir del proceso integrador periférico y someterse completamente a las turbulencias del mercado internacional sin ningún tipo de escudo protector regional o periférico transregional. De ese modo Brasil pasaría a formar parte de la estrategia de recomposición geopolítica imperial de los Estados Unidos, uno de cuyos capítulos decisivos es la desestructuración de las integraciones periféricas tanto la de Eurasia como la de América Latina.

Serra propone reemplazar al Mercosur y a las demás alianzas periféricas (UNASUR, BRIC, etc.) por un conjunto de “tratados de libre comercio” . El repliegue político de Brasil significaría automáticamente un decisivo aumento de la influencia de los Estados Unidos en América Latina, daría vía libre a sus estrategias de desestabilización y conquista. El contexto regional de estabilidad logrado en la década pasada se deterioraría rápidamente. Un solo caso ejemplifica bien este peligro: Bolivia estuvo hace poco tiempo a punto de entrar en guerra civil debido a la convergencia golpista de su derecha neofascista y del aparato de inteligencia del gobierno de Bush. El golpe cívico-militar que habría desatado esa catástrofe fue en buena medida evitado gracias a la intervención política de los países del Mercosur, que dieron un apoyo decisivo al gobierno constitucional de Evo Morales. El derrumbe de la democracia en ese país seguramente habría alentado tentativas similares en otras naciones como Paraguay, Ecuador e incluso Argentina, convirtiendo a una parte importante del entorno geográfico de Brasil de un área caótica, plagada de frentes reaccionarios que finalmente habrían afectado su estabilidad democrática y su dinámica productiva.

En el esquema-Serra sin la red protectora de aproximaciones y acuerdos políticos, económicos y culturales, Brasil tendría un solo camino para proseguir su desarrollo comercial en un mundo cada vez más difícil: el de la competencia salvaje respaldada por salarios e impuestos reducidos, es decir, apoyada sobre la miseria creciente del grueso de su población (empezando por los asalariados y siguiendo por las clases medias) y el achicamiento del Estado e inevitablemente sobre la expansión de las estructuras represivas destinadas a mantener el orden social y político; en suma, el deterioro acelerado de las libertades democráticas. Como vemos, el proceso empieza con un discurso “comercial” y culmina necesariamente con un modelo político claramente autoritario.

De ese modo Serra pasa a formar parte del abanico de políticos latinoamericanos de raíz neoliberal, nostálgicos de las viejas relaciones neocoloniales con el Imperio. Estos dirigentes superados por las tendencias integradoras y autonomizantes hoy dominantes en la periferia están lanzados a una reconquista desesperada de los gobiernos.

El tiempo les juega en contra, la realidad se les va escapando, el amo imperial al que quieren servir está enredado en sus propios y muy graves problemas lo que lo hace cada vez más irracional. Aumento de la irracionalidad en los sistemas de poder del centro decadente del mundo y también en sus sirvientes periféricos.

Las derechas locas, degradadas, plagadas de brotes fascistas están ahora de moda en América Latina, en cierto sentido expresan el pasado (neoliberal) aunque sobre todo constituyen la promesa de un futuro siniestro.

¿Que otra cosa es la derecha boliviana que aspira a imponer un régimen de apartheid? Pensemos en la caótica derecha argentina, cuyo único programa es el retorno a los planes de ajuste y la represión de los movimientos sociales, en la derecha golpista paraguaya y sus delirios dictatoriales, en la derecha venezolana que ya ensayó un golpe de estado fascista e inviable y que está dispuesta a repetir la hazaña.

Sus proyectos de orden elitista autoritario forman parte de la decadencia cultural de los círculos de poder que manejaron al mundo en la era neoliberal, la de la hipertrofia del parasitismo financiero, de la depredación desenfrenada de recursos naturales y humanos. Esos sectores están ahora sumergidos en una crisis sistémica que lo va desorganizando, caotizando, no solo en el nivel de sus estructuras económicas sino también en el plano psicológico, lo que los hace cada día más peligrosos, imprevisibles.

(1) “Jornal argentino questiona posição de Serra sobre Mercosul”, Carta Maior, 22/04/2010.

(2) “José Serra reafirma que no quiere que Brasil continúe en el Mercosur”, América Economía, 21/04/2010.

(3) IPEA, Brasil en desenvolvimento, Volume I, 2009.

(4) Miembros de la ASEAN; Indonesia, Malasia, Filipinas, Singapur, Tailandia, Brunei, Vietnam, Laos, Birmania y Camboya.

Fuente: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16569&alterarHomeAtual=1

domingo, 25 de abril de 2010

Texto comparativo de royalties recebidos pela exploração de petróleo e de outros minerais, publicado sob a responsabilidade do Blog.

Caro (...),

em seu jornal, você é o único que levanta a questão, mas essa proxima eleição passa por se estabelecer novas e mais corretas taxas de Cefem para o minério, a luta por instalações aqui de plantas siderúrgicas, e uma necessária, clara e já atrasada atuação do Ministério Público com relação a destruição das minerações, que espalham seus danos pelas nossas principais rodovias, destruíndo-as, colocando em risco nossas vidas. Tudo sob a complacencia - quase cumplicidade dos governos federal e estadual - que mantém inoperantes ou inexistentes balanças, exatamente onde haveria necessidade mais atuação, vide a Rodovia dos Inconfidentes na saida das minas da Vale e em Congonhas.
Bom (...), para ilustrar o que você já sabe, mando uma tabela comparativa das Cefems do minério e do petróleo, lembrando que como o minério é incentivado a ser exportado pois isento de ICMS, e o petoleo é consumido intenamente acresça uma diferença de mais 17 por cento e com certeza teremos a mineração gerado compensações e impostos que a fazem a exploração de petroleo no mínimo 20 vezes mais benéfica ao estado onde ocorre, do que a do minério de ferro, além de não poluidora.
Mando a tabela abaixo com dados totais de 2009, que ilustra, só quanto ao Cefem, essas diferenças, e mostra que com o petróleo de sua costa o Espirito Santo recebe mais royalties do que Minas Gerais, com todos os tipos de exploração mineral.
Segue a tabela, e vamos para a luta. Fiz economia na década de 60 pensando ajudar o Nordeste a sair de seu atraso histórico, mas salta aos olhos que a cana de açucar, base da economia de muitos estados nordestinos é muito mais benefica do que a mineração, e não esgotável. Triste pensar que no inicio do seculo XXI as Minas Gerais precisam mais da gente do que o Nordeste.
Abraços do (...)

Cefem* do Petróleo X Mineração 2009
Brasil e os 3 Estados maiores produtores de petróleo e de outros minérios
Fontes ANP e DNPM

* A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, estabelecida pela Constituição de 1988, em seu Art. 20, § 1o, é devida aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, e aos órgãos da administração da União, como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios.

Petróleo e Gás

Total Cefem Brasil – R$ 17.000.000.000,00 +- (Dezessete bilhões de reais)

Estados e Municípios

R.J. –
R$ 7.549.000.000,00 (Sete bilhões quinhentos e quarenta e nove milhões de reais)
E.S –
R$ 501.000.000,00 (Quinhentos e um milhões de reais)
BA –
R$ 288.000.000,00 (Duzentos e oitenta e oito milhões de reais)

Minérios em Geral

Total Cefem Brasil – R$ 742.688.000,00 +-( Setecentos e quarenta e dois milhões de reais)

Estados e Municípios

MG –
R$ 319.000.000,00 (Trezentos e dezenove milhões de reais)
PA –
R$ 242.000.000,00 (Duzentos e quarenta e dois milhões de reais)
GO –
R$ 37.000.000,00 (Trinta e sete milhões de reais)

Arrecadação Royalties do Rio com petróleo – na plataforma marítima, sem poluição, sem destruição e sem danos às estradas - é 20 vezes maior que toda a arrecadação de Minas Gerais com todos os tipos de minério (Ouro, ferro, bauxita, etc) e 10 vezes maior que toda a CEFEM de todos os outros minérios do Brasil.
O Espírito Santo recebe, só com petroleo, quase que o dobro de toda a arrecadação da mineração em Minas Gerais.

*** O Blog publica o texto acima, sob sua responsabilidade, como homenagem ao 21 de abril, a Tiradentes e à luta de todos aqueles que, ainda que como inconfidentes, se insurgem contra todas as formas de espoliação existentes na Terra. ***

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pais e Mães da Escola Balão Vermelho e do Colégio Mangabeiras, Equipe de professores da Escola Balão Vermelho e do Colégio Mangabeiras .

Belo Horizonte, 09 de abril de 2010 Pais e Mães da Escola Balão Vermelho e do Colégio Mangabeiras
Gostaríamos de comunicar-lhes que o movimento reivindicatório da categoria de professores da rede privada de ensino de Belo Horizonte, classe à qual pertencemos teve sucesso, uma vez que conseguimos a não redução de nossos direitos trabalhistas, adquiridos ao longo de anos de trabalho sério e responsável.1 Sabemos, todos, que os nossos direitos legais são amparados pelas definições das negociações entre Sindicato dos Professores (Sinpro) e Sindicato das Escolas Particulares (Sinep). Foi a partir das negociações entre estas duas organizações que tivemos os nossos direitos legalmente garantidos. Mais uma vez esclarecemos a toda a comunidade das escolas nas quais trabalhamos que este não foi um movimento que se restringiu às nossas escolas, mas sim um movimento de toda a classe de professores da rede particular de ensino de Belo Horizonte, portanto, não fomos "solidários" ao movimento, nós fomos parte integrante dele. Nossa consciência política, adquirida ao longo de nossa prática de ensino, nos levou a entender que este foi um movimento maior, além dos muros de nossas escolas. A história da Escola Balão Vermelho e as propostas pedagógicas construídas aqui nos orientam à atuar socialmente, à envolver com o cotidiano da cidade, à autonomia, à liberdade de expressão, à reivindicação de direitos. Estes são temas abordados em sala de aula com frequência. É nossa obrigação agir orientados pelos valores que ensinamos.
1 A pauta de reivindicações está apresentada no Quadro Comparativo do Boletim Intervalo e o histórico das negociações encontra-se disponível em www.sinprominas.org.br
Ser professor é a nossa profissão e dela não gostaríamos de ter de abdicar. Assim, atuamos responsavelmente para que boas condições de trabalho nos sejam garantidas. Temos uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que rege os direitos de
nossa categoria.2 O que ali está garantido é o mínimo para que os professores sigam na profissão. Não podíamos abrir mão dos nossos direitos. Dessa forma, ressaltamos que, em última análise, reivindicar a manutenção dos direitos adquiridos pela nossa classe é reivindicar uma educação verdadeira e com a qualidade necessária à boa formação de cidadãos autônomos, participativos e responsáveis. Agradecemos o apoio e a compreensão das famílias nesse momento tão importante para nós, professores das escolas particulares de Belo Horizonte. Atenciosamente, Equipe de professores da Escola Balão Vermelho e do Colégio Mangabeiras

- publicado em apoio à categoria dos professores darede particular de Belo Horizonte.